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Elevação da glicose no sangue aumenta o risco de doença de Alzheimer


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A doença de Alzheimer é um tipo particular de demência que vem apresentando um aumento de sua incidência nos últimos anos, fato este associado ao aumento da longevidade. Muitas pesquisas têm sido realizadas com o objetivo de descobrir os mecanismos que desencadeiam esta doença incapacitante, no entanto ainda não existem resultados que permitam a sua prevenção ou tratamento.

Estudos epidemiológicos mostram que pessoas com aumento da glicose no sangue (hiperglicemia), seja pela presença de diabetes ou por algum outro fator, têm um risco aumentado de desenvolver demência, particularmente doença de Alzheimer.

Estas observações servem como indício de que alterações no metabolismo da glicose podem ser responsáveis pelos distúrbios moleculares que ocorrem no cérebro dos pacientes com doença de Alzheimer. Dentre estes distúrbios moleculares, o mais conhecido é o aumento da produção no cérebro de um peptídeo chamado de B-amilóide, que se acumula fora dos neurônios, formando placas que acabam por afetar a função de neurônios do hipocampo, região do cérebro responsável pela formação e armazenamento das memórias e pela cognição. A agregação deste peptídeo pode ter inicio até 15 anos antes do aparecimento de sintomas da doença.

Com o intuito de investigar um possível efeito da glicemia aumentada sobre a produção do peptídeo, com a consequente formação da placa B-amilóide, um grupo de pesquisadores americanos desenvolveu uma pesquisa em camundongos utilizando técnicas que permitem analisar de forma dinâmica e em tempo real as modificações na concentração do peptídeo B-amilóide no hipocampo produzidas por alterações de glicemia. Os resultados desta pesquisa foram publicados recentemente na revista científica The Journal of Clinical Investigation.

A indução de hiperglicemia aguda em camundongos jovens produziu um aumento significativo do peptídeo B-amilóide no hipocampo. Este efeito foi exacerbado em animais velhos e com predisposição à formação da placa.

Estes resultados sugerem que aumentos repetidos da glicose no sangue, mesmo que transitórios, como ocorre no diabete tipo II, podem iniciar e acelerar a formação da placa B-amilóide, condição esta que favorece o desenvolvimento da doença de Alzheimer.

As informações produzidas por esta pesquisa revelam a ligação entre aumento da glicose no sangue e o maior risco para doença de Alzheimer e servem como ênfase para um controle da glicemia.

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